A Associação Cultural para o Desenvolvimento (ACUDES) em pareceria com a Fundação Mecanismo de Apoio a Sociedade Civil (MASC), realizou no dia 29 de Julho do corrente ano das 10:00h as 13:00h, a terceira mesa redonda/webinar num formato hibrido, ou seja físico na sala de reuniões da ACUDES e virtual através da plataforma zoom que versou sobre o tema: Homicídios e crimes por acusação de feitiçaria.
No painel contamos com os seguintes oradores:
Atanásio Martins Comé, Jurista e funcionário do Aparelho do Estado, afecto no IPAJ
Delegação Provincial de Inhambane, exercendo funções de defensor.
Afonso Chapeu, Vilanculo Porta-Voz e vice Delegado Provincial da AMETRAMO Inhambane,
Padre Jorge da Igreja Católica, missionário em Moçambique desde 2002 pertence a
congregação dos missionários redentoristas e é pároco de Muvamba Distrito de
Massinga,
Andre Luis Buci, Funcionário do Aparelho do Estado, afecto na Direcção Provincial do
Genéro, criança e Acção Social de Inhambane, responsável do depatamento de
Acção Social.
E o Moderador: Horácio
Romão, Jornalista da RM-Inhambane, Jurista e Docente.
Para iniciar o debate, foi feito o enquadramento jurídico do tema com base no código penal; lei 3/2014 e outros dispositivos legais. Definiu-se o homicídio como sendo a acção que consiste em uma pessoa tirar a vida à outrem. Foi vincado que o código penal ora vigente em Moçambique prevê os seguintes tipos de homicídios:
·
Homicídio Voluntário
simples
·
Homicídio voluntário Agravado
·
Homicídio Privilegiado
Houve
uma explanação sobre cada tipo de homicídio e as sansões impostas para cada
tipo de crime (penas, medidas criminais e efeitos).
Defende-se
que ainda é prematuro que se aplique a pena de morte em Moçambique para os
actores destes e outros tipos de crimes. A legislação moçambicana assenta-se na
correção do comportamento do cidadão.
Associação
dos Médicos Tradicionais (AMETRAMO) em Inhambane, representada no encontro, defendeu
que os médicos tradicionais, vulgo curandeiros, não podem revelar os nomes das
supostas pessoas responsáveis pela perseguição dos pacientes/ou indivíduos que
procuram por estes para consultas, visto que isto tem criado revolta por parte
de quem faz a consulta e concorrido de grosso modo para a prática de
homicídios.
Para
tal, a AMETRAMO, tem andado pelos distritos da província de Inhambane a
sensibilizar os membros desta Associação a serem mais profissionais no
exercício da sua actividade, respeitando os estatutos que regulam o trablaho da
classe. A AMETRAMO, diz estar a combater os “falsos curandeiros”.
Dados
na provincia de Inhamabnae indicam que os Distritos de Massinga, Homoíne,
Zavala , Morrumbene e cidade da Maxixe são os que se evidenciam no assassinato
de idosos por acusações de feitiçaria e as mulheres idosas são tidas como
principais vítimas deste tipo de crime e o agressor tem sido geralmente um
membro da família.
Apontam-se
como principais causas que levam alguns indivíduos a cometerem homicídios os
seguintes: O insucesso na vida profissional e amorosa, dai que procuram
culpados.
Como
forma de dar conforto aos idosos abandonados e ou expulsos pelas famílias,
existem centros de acolhimento na província que albergam pessoas da terceira
idade.
Para
erradicar a prática, o Governo Moçambicano já aprovou vários instrumentos
legais que defendem a pessoa idosa e penaliza os criminosos e afirma que vai
continuar a estudar novos mecanismos para fazer frente a esta prática.
Assim,
as confissões religiosas, a AMETRAMO, a justiça, o Governo, a Sciedade Civil e
os vários extratos da sociedade são chamados a trabalharem em conjunto para a
mitigação dos homicídios e crimes por acusação de feitiçaria.
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