- ACUDES conta com parceria das OSC de base para advogar pela melhoria da qualidade dos serviços básicos.
Popularmente,
diz-se: “uma cabeça pensa bem, duas pensam melhor”, pode não ser desta forma
que o proverbio foi antes formulado mas esta é a ideia que se pretende
transmitir. Através deste proverbio é possível perceber que a reflexão sobre um
determinado problema deve ser feito em conjunto, não por um grupo específico e
fechado, pois, embora possa ajudar na solução do problema, queremos acreditar
que havendo possibilidade de se incluir mais, mais ajustada às condições dos
envolvidos seria a solução do problema em causa.
Trago este breve
pensamento para despertar a necessidade de um envolvimento da sociedade no
processo de tomada de decisão ao nível do governo, desde a planificação até a avaliação
final das acções anuais desenvolvidas. Esta forma de perceber e conceber a
governação, abre espaço para uma intervenção mais activa do cidadão na decisão sobre
os diversos aspectos inerentes a sua sociedade, a famosa governação
participativa.
É um sonho, podemos
concordar, embora possa não ser em 100%, acreditamos ser possível esta
participação do cidadão nas acções de planificação, execução e avaliação final,
para tal é fundamental a abertura de espaço pelas instâncias do governo para
partilhar informações com quem deseje, alias, é um direito do cidadão, e que é
regido pela Lei
no 34/2014, Lei do Direito à Informação em vigor no país. Contudo,
é importante sublinhar que para a efetivação desta participação activa, não basta
a abertura das instituições do governo, deve haver igualmente, um nível de
organização e desenvolvimento de capacidades para o efeito, formando-se
estruturas que representem o cidadão aos olhos dos decisores politicos do pais,
e estas estruturas constituem as Organizações da Sociedade Civil (OSC). São
estas que devem/deveriam interligar a sociedade e o governo, pois, por outro
lado, contribuem para a consecução das acções do governo, pois, os projectos
que estes implementam, que por vezes tem relação com os planos governamentais
para esse respectivo ano económico.
Neste âmbito, um
dos grandes desafios da ACUDES no presente ano é a criação de espaços para esta
colaboração fundamental entre as OSC baseadas nas comunidades e as direcções do
governo local; reconhecendo que isto não basta, tentaremos, na medida do
possível, desenvolver capacidades nessas organizações de base, de modo a
contribuírem para melhoria da qualidade dos diversos serviços nas comunidades em
que se encontram. Esta acção de contribuir para o envolvimento das OSC será
mediante o fortalecimento destas, através de um consórcio já criado, e
iniciaremos com a actuação nos distritos de Homoine, Jangamo e Morrombene,
sendo as organizações Plat. De Homoine, UDAJA e UAM, respectivamente, e juntos
em implementação o projecto de advocacia para melhoria da qualidade e acesso
aos serviços básicos de saúde e água. As acções que aqui serão desenvolvidas, almejam
igualmente, criar espaço para inclusão das organizações de base nas acções de
planificação governamental. De lembrar que constitui uma
das missões da organização o desenvolvimento sustentável e participativo.
Por: Elidio Matola
Sem comentários:
Enviar um comentário